PARISCOPIO

Uma brasileira em Paris

quinta-feira, abril 27, 2006

Escândalo nuclear na França














O funesto aniversario da tragédia de Chernobyl, na quarta-feira, dia 26/4, serviu para relembrar um escandalo que abalou a França na época. Vinte anos depois catastrofe que matou entre 4 e 500 mil pessoas (dependendo da fonte – ONU ou Greenpeace), a população ainda não digeriu a atitude do governo depois da explosao. Pesquisas de opinião mostram que apenas 5% dos franceses acreditam que as autoridades disseram a verdade sobre os riscos de contaminação. Diversas associações acusam os governantes de terem escondido as reais dimensões do problema.

Em meio au pânico disseminado em todo o continente no fim de abril de 1986, o governo francês veio a publico garantir que a radiaçao nao chegaria ao pais. E simplesmente não adotou nenhuma medida especifica. Enquanto isso, seus vizinhos se protegiam. Em alguns paises europeus, por exemplo, os habitantes foram proibidos de consumir produtos como frutas, legumes, verduras, carne e leite, nas areas mais contaminadas pelas chuvas que traziam poeira nuclear.

Vinte anos depois, o mapeamento das zonas atingidas mostra que a nuvem radiotiva atravessou a fronteira francesa e encobriu principalmente o leste do pais e a Corsega. Em alguns vilarejos da ilha francesa os niveis de contaminaçao sao equivalentes aos encontrados em regiões muito mais proxima ao local da explosão.

Os militantes que acusam o governo de encobrir os fatos dizem que uma das evidências mais contundentes é a taxa de câncer de tireoide entre os corsos, que é três vezes superior à media nacional. Eles alegam que, se a França tivesse tomado as mesmas precauções de seus vizinhos, poderia ter reduzido 80% da dose de radiaçao a que a populaçao foi exposta. Uma vergonha!



Corsega: Esta ilha francesa paradisiaca
foi encoberta pela nuvem radiotiva

Au revoir, Zizou!


Os franceses ja desconviavam, mas no fundo esperavam que tudo não passasse de boato e especulação. Ontem, em tom sereno, mas determinado, ele acabou com as ultimas esperanças dos torcedores. A decisão é definitiva: depois da Copa deste ano, Zidane não volta mais aos gramados. Ele não vai nem honrar o contrato com o Real Madrid, que so termina em 2007. O sentimento aqui é de decepção, vazio, tristeza... O unico consolo é que ele ainda pode dar alegrias à França no mundial da Alemanha. E verdade que ninguém esta levando muita fé no time dos azuis. Mas, depois do surpreendente resultado da final de 98, o povo sabe que com Zizu nada é impossivel.
15 MILHOES DE EUROS
O craque, colecionador dos mais importantes titulos do futebol, era motivo de orgulho aqui no pais. A consagraçao veio depois da fatidica final da Copa do Mundo de 98, quando o capitão dos Bleus marcou dois gols de cabeça contra o Brasil. Desde então, o timido atleta se tornou heroi nacional na França. E hoje o sexto jogador mais bem pago do mundo (os três primeiros são, na ordem: Ronaldinho, Beckham, Ronaldo). Zidane ganha 15 milhões de euros por ano entre salario e contratos de publicidade (Adidas, o proprio Canal + e muuuuuitos outros patrocinadores). Garantia de que mesmo pendurando as chuteiras nesta idade, tera uma vida confortavel...

Aos fatos:
O craque da seleçao francesa e do Real Madrid confirmou os boatos sobre sua aposentadoria numa entrevista à emissora de tevê francesa Canal Plus na terça-feira, dia 26 de abril. O meia francês não explicou de que forma vai desfazer o contrato com o seu time espanhol.
CORPO CANSADO
Perguntado se o motivo da decisão vinha do corpo ou da alma, o jogador, que vai fazer 34 anos daqui a um mês, disse que vai parar por motivos fisicos. Durante a entrevista, ele explicou que ja faz dois anos que nao obtém resultados satisfatorios em campo. E que nao quer passar mais uma temporada atras de objetivos que sabe que nao consegue mais atingir. “Com a idade esta ficando cada vez mais dificil”, disse.

quarta-feira, abril 19, 2006

TOUT PARIS


Paris no fim de tarde.
Joana Calmon, de Paris

La ville est belle


Les Invalides. Foto tirada da janela aqui de casa.
Joana Calmon, de Paris