PARISCOPIO

Uma brasileira em Paris

sábado, abril 28, 2007

Filha Coruja

Resenha do livro "Faz que não Vê", do Altamir Tojal (editora Garamond), no JORNAL DO BRASIL. Sou filha coruja mesmo.

segunda-feira, abril 23, 2007

Madame ou Monsieur le Président?

Deu o resultado previsível: duelo Segô-Sarkô no segundo turno. As pesquisas mostram que o candidato da direita tem mais chances de ser eleito, mas a votação é só no dia 6 de maio. Até lá tudo pode mudar. Assista ao vídeo, no Jornal das Dez da Globonews

Operação sedução
Os dois rivais têm duas semanas pela frente para seduzir o eleitorado dos outros dez candidatos que foram eliminados ontem. Alguns, como os da extrema esquerda, já anunciaram de que lado vão estar no segundo turno. Ou melhor: de que lado NÃO vão estar. Tanto José Bové, o famoso destruidor de lanchonetes do McDonalds, quanto Olivier Besancenot, o carteiro comunista, convocaram seus eleitores a eliminar Sarkozy. Para quem não conhece, Besancenot trabalha nos correios da cidade de Neuilly, onde mora o candidato conservador. E é ele quem entrega as cartas do homem que tanto detesta. Imaginem a quantidade de correspondências extraviadas!!!

O homem-chave
Mas Segolène e Sarkozy estão de olho mesmo é no apoio do centro. Está aberta a temporada de caça aos eleitores de François Bayrou, que obteve quase 19% dos votos. O centrista foi a grande dor de cabeça de ambos nessa campanha. Há algumas semanas ele quase empatou com a socialista nas pesquisas. Se chegasse ao segundo turno, tinha grandes chances de desbancar Sarkô.

Suspense
Agora tanto a esquerda quanto a direita cobiçam Bayrou porque sabem que o eleitorado dele vai ser o fiel da balança no segundo turno. Mas no discurso que ele fez ontem reconhecendo a derrota (mas com um enorme sorriso estampado no rosto) o centrista fez mistério. Disse que só vai revelar seu escolhido - ou sua escolhida - daqui a alguns dias. Enquanto ele não se manifestar, nada está decidido.

Euforia
Logo após a divulgação das primeiras estimativas de boca de urna, Nicolas Sarkozy, eufórico, agradeceu os onze milhões eleitores que votaram nele (31,1%). E prometeu ser o candidato de TO-DOS os franceses.

Músculos contraídos
Mais de uma hora depois, foi a vez de Segolène Royal. Ela apareceu de vestido branco, sua marca registrada, e subiu no palanque meio tensa. Com os músculos do pescoço completamente contraídos e uns movimentos de braço bem esquisitos, disse que vai estender a mão a todos aqueles que consideram urgente sair de um sistema que não funciona mais. Num ataque velado ao adversário da direita, declarou que não há progresso econômico sem avanço social. E que se recusa a alimentar o medo dos franceses.

Mobilização recorde
As eleições deste domingo foram marcadas pelo maior índice de participação dos últimos 40 anos. O voto aqui não é obrigatório, mas 85% dos eleitores compareceram às urnas.

O recorde se deve em boa parte ao trauma de 2002, quando o alto índice de abstenções favoreceu a ida da extrema direita de Le Pen para o segundo turno. Outro fator foi a grande mobilização da juventude. Depois das revoltas de 2005, milhares de jovens, sobretudo dos subúrbios, descendentes de imigrantes, resolveram tirar o título de eleitor e votar pela primeira vez.